sexta-feira, 8 de junho de 2012

Curso Bíblia e Juventudes: 2ª etapa

Curso de Bíblia e Hermenêuticas Juvenis: Monarquia X Profetismo


Por: Josieli Lazzarotto e Fabiane Feltes


Aconteceu, em 26 e 27 de maio, nas terras de São Leopoldo/RS, mais uma bela etapa do Curso de Bíblia e Hermenêuticas Juvenis, organizado pelo CEBI – Centro de Estudos Bíblicos e pela ONG Trilha Cidadã. Foi a segunda etapa de um curso que, durante o ano de 2012, objetiva perpassar os caminhos das histórias que os livros bíblicos do Primeiro Testamento nos relatam. Com a participação de 15 jovens, entre participantes da IECLB (Igreja Evangélica Confissão Luterana do Brasil), incluindo intercambistas alemãs, e da Pastoral da Juventude da ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana), formamos um grupo de estudos assessorado por José Luiz Possato Jr. e Jorge Luís Peil.
Iniciamos este trajeto no primeiro encontro, realizado em março, no qual percebemos o processo do Êxodo e da formação das Tribos de Israel. Pela organização e pela busca da nova terra, a Terra Prometida, o povo hebreu transforma a sociedade daquele tempo.Partindo disso, foi possível interpretar a realidade do Êxodopara a realidade atual das juventudes. Os desafios encontrados são a mudança dosistema capitalista, a libertação de uma culturaque,pelo acúmulo e pelo individualismo, é também “adultocêntrica” e desvaloriza os jovens. Isso será possível a partir da articulação em rede dos pequenos grupos que buscam renovar a cultura, pelo diálogo e pelos novos jeitos de pensar e agir. O jovem sendo a novidade para a comunidade.
Caminhando nas trilhas da Bíblia, nesta etapa, encontramos o seguinte confronto: Monarquia versus Profetismo. O primeiro surge do acúmulo das riquezas, das sobras, da tecnologia do arado que propicia “vantagens” para alguns proprietários de terras. Já, os Profetas são vozes de um povo pobre, descontente e sofredor para denunciar o sofrimento e a morte da autonomia das tribos, que se tornam submissas ao rei, à corte, aos nobres. Estes, sob o pretexto de defender as tribos, criam um Exército permanente. Porém, o que querem é controlar as rotas comerciais que cruzam todo o Israel.
No movimento místico do povo entre as cidades (símbolo da opressão) e as tendas (“berço” da resistência popular), encontramos personagens proféticos. Um deles foi Elias, que denuncia e aponta os erros do Rei Acab, desmascarando o deus (Baal) que oprime o povo e que era defendido pelos nobres. Fugindo pelo deserto, Elias vai ao encontro dos pobres, muito bem acompanhado pelo Deus-Javé, Aquele que caminha conosco. Mesmo em época de seca, na casa de uma mulher viúva e de seu filho que passavam fome, o profeta é sinal de vida através dapartilha do alimento e da ressurreição do menino.
A partir dessas reflexões, descobrimos que profetas são pessoas que percebem os sinais da opressão de um povo e têm coragem de denunciar os opressores, anunciando um novo tempo. Assim, nós também podemos ser profetas jovens, atuais agentes de transformação da sociedade. Para isso, precisamos conhecer a realidade que queremos transformar, o sistema que explora não só os jovens, mas também os pobres, negros, índios e mulheres, apontando alternativas para construirmos uma sociedade baseada na partilha, na comunidade, na liberdade e na vida plena para todas e para todos.