Visando proporcionar um espaço para que as/os
jovens discutam suas próprias realidades, à luz das Escrituras, o CEBI-RS e a
ONG Trilha Cidadã se uniram para proporcionar um curso de Bíblia e Juventudes. O
objetivo é fortalecer a experiência ecumênica juvenil do Rio Grande do Sul,
direcionando-a para o cuidado com a vida e a luta contra o sistema de morte que
ceifa intencionalmente tantas e tantos jovens. A formação é aberta a todas as
interessadas e interessados no assunto.
Queremos ver mais de perto a história de
resistência do povo bíblico. Isso com certeza animará nossa caminhada. Entendemos
que o tempo é propício, uma vez que a juventude estará em pauta nas duas
maiores denominações cristãs do Brasil: a IECLB (2012) e a ICAR (2013). Buscamos
contrapor os eventos de massa que estão sendo preparados para celebrar este
momento com uma proposta que valorize o protagonismo juvenil.
Programado para ter 8 etapas em 2 anos, o curso já conta
com a realização do primeiro encontro, onde estudamos o processo do Êxodo à
formação das Tribos de Israel. Nos dias 24 e 25 de março, com a assessoria de
José Luiz Possato Jr. e Jorge Luís Peil, identificamos que, assim como a
organização tribal foi uma alternativa ao império egípcio e ao controle das
cidades-Estado, as tribos juvenis de hoje, organizadas em pequenos grupos, não
mais restritos a um pequeno espaço territorial, mas conectados em rede, podem
ser a alternativa contra a opressão adultocêntrica.
Entendemos como defensora do adultocentrismo a
mesma elite que se beneficia do patriarcalismo e do sistema capitalista
neoliberal. Portanto, nossa luta deve se unir à das mulheres e das pessoas
camponesas, operárias, negras e empobrecidas em geral. Mas o movimento de
resistência não é fácil, pois nosso primeiro adversário é a alienação. Através
principalmente dos grandes meios de comunicação de massa, difundiu-se entre as
oprimidas e oprimidos o mesmo desejo egoísta de acúmulo e consumismo dos ricos.
Logo, o sonho de vida digna é ter as vantagens das classes mais abastadas. O
sonho do menino que mora na favela não pode ser outro senão conquistar
independência financeira para “sair do morro”. Por isso, o processo de
libertação faz com que muita gente chore pelas “cebolas do Egito” (Nm 11,5).
Acreditamos, portanto, que a libertação passa também
pela mudança de uma cultura. Mas isso, com certeza, não é fácil, nem se dá
apenas por nossa vontade. Assim como o povo, no deserto, aprendeu a partilhar
na marra (cf. Ex 16, onde o maná acumulado apodrecia), entendemos ser
necessário todo um processo pedagógico. E aí entra nossa missão como discípulas
e discípulos de Cristo, não chamados a ser a grande massa, mas o fermento que,
em pequena quantidade, altera sua composição e até mesmo o seu sabor.
A exemplo do que estamos falando, toda essa
reflexão, rica por sinal, foi produzida por um pequeno público: 6 jovens da
ICAR. Ainda assim, esperamos um público maior e mais diversificado para os
próximos encontros. Os luteranos já garantiram que estarão presentes à segunda
etapa. Também da PJ da ICAR deverão vir mais pessoas. Afinal, um público de
pequena abrangência territorial pode produzir muitas mudanças locais, mas
pequenos grupos, espalhados territorialmente, porém conectados em rede, podem
mudar, inclusive, toda uma nação.
O ponto de encontro é o CEPA (Centro de
Espiritualidade Pe. Arturo Paoli), em São Leopoldo/RS. O investimento é de R$
15,00 por etapa. As inscrições podem ser feitas pelo blog do CEBI-RS: clique aqui.
As próximas etapas serão em:
26 e 27 de maio – Monarquia x Profetismo;
22 e 23 de setembro – Exílio e Pós-Exílio;
10 e 11 de novembro – Dominações persa e grega.
Quem tiver interesse, sinta-se convidada, convidado!