Na iminência de encontrar uma sociedade justa e fraterna, muitos jovens exaurem suas forças na esperança de ver a transformação ocorrer, mesmo com tantas catástrofes que os rondam a todo instante.
Diante de tantos desafios nesse mundo globalizado, a juventude, contribuinte no processo de transformação da sociedade em que participa, não pode se sentir desprovida dessas possibilidades. São crises econômicas e mudanças de paradigmas. Mudanças racionais e irracionais, tudo ocorre. Sentimentos complexos e atitudes antagônicas com a prática cristã, pois esquecem que o espírito de Deus dinamiza todos os seres vivos. Não podemos ficar parados, pois o Senhor nos condiciona a prática do bem.
“Estou numa grande angústia” (2Sm 24,14). Essas palavras do rei Davi são pertinentes a realidade vivida por cada um de nós necessitados da clemência do Senhor, por causa da usurpação e acúmulo neste reino deixado aos nossos cuidados. Somos movidos pelo espírito de Deus. A fortaleza do Senhor permanece conosco. Essa certeza precisa clarear todo nosso ser e reacender a mística. E quem sabe reascender-nos para um novo ardor missionário pautando-se nas denúncias daqueles profetas que ligados aos povos excluídos e marginalizados procuravam saciar suas angústias.
Todos são responsáveis por melhorar os espaços em que vivem. Urge no mundo que surjam novos Miquéias, Amós e tantos outros que se angustiaram com a opressão praticada pelos gananciosos exploradores do povo. O socorro sempre vem. Mas não vamos em busca do socorro. Precisamos ser aqueles que socorrem. É necessário agir. Ser protagonista e não uma parasita. É preciso tocar nas feridas e incomodar esses perseguidores astutos.
Tendo atitude profética, não ficaremos apenas em discursos inflamados que somente esquentam o coração. É preciso atingir o âmago, sentir-se corroído de insatisfação, injúria e ser provocado a atuar decididamente na promoção do Reino. Toda essa ansiedade deve fazer parte da vida de quem conhece a proposta salvífica do Senhor, que como nos diz Isaías, nos conhece e nos chama pelo nome mesmo que a gente ainda não o conheça. E Ele, por conhecer nossa pequenez procura sanar os anseios que temos dando-nos a plenitude. Plenitude essa que possibilita ser mensageiro da paz, levando a todos os povos a certeza de um mundo melhor com nossa atitude.
Não nos conformemos com as insanidades impostas pelos grupos privilegiados, sejamos ousados e verdadeiros, indo na contramão da história de quem só deseja oprimir.
Luiz Marles
Natural de Campos Belos/GO, o jovem Luiz é participante da 10ª Escola de Agentes do CEBI – GO (luizmarles@brturbo.com.br)
Nenhum comentário:
Postar um comentário