segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A ressurreição da criação

Ao olhar para o evangelho de João (cf. Jo 20, 1-18) podemos desvelar uma releitura da criação narrada no primeiro capitulo de Gênesis e uma continuidade do livro Cântico dos Cânticos. É uma recriação, ou seja, uma oportunidade de dar nova vida ao paraíso já tão desgastado e desesperançoso.

Estamos a cada dia diante desta oportunidade: de ir em busca do amado (Jesus ressuscitado). O fazemos geralmente em momentos de angústia, em períodos de nuvens tempestuosas, períodos de trevas. Nos encontramos do lado de fora do “sepuJoro” chorando por ter perdido as esperanças, os sonhos, a utopia.

Neste caminho de busca, em que saímos das “muralhas” da alienação, deixamos o nosso rebanho (cf. Ex. 3,1) e nosso individualismo, passamos do sonho à luta, ao encontro do(s) amado(s). Como sarça ardente (cf. Ex. 3,2) ou como amor que nos queima feito xeol (cf. Ct. 8,6), essa paixão nos move na busca por “aquele que se destaca entre dez mil” (cf. Ct. 5,10).

Nos deparamos pelo caminho com sentinelas (cf. Ct. 5,7) ou com aqueles que duvidam (cf. Jo 20,2-3) deste amor e que nos querem desanimar, tentam a todo custo nos fazer parar. O amor, entretanto, nos move a persistir na luta pela busca do nosso jardim.

Se no caminho encontramos muitas pessoas, o encontro com o amado, porém, é algo singular, pessoal, intransferível... tem um quê de mistério, que não pode ser explicado, apenas vivenciado. De tão singular, parece inverossímil e nos custa acreditar. As imagens se confundem e, em meio ao jardim, pensamos que é o jardineiro (cf. Jo. 20,15b). Os nossos ouvidos, no entanto, não se enganam e ao ouvir a pronúncia do nosso nome feito uma genealogia, temos a certeza de que o acólito que ali está nos conhece bem, tão bem a ponto de ter a certeza de que somos capazes de acreditar que está vivo.

E como “tornar um amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém” (Nando Reis), temos o desejo de sair correndo e gritar pra todo mundo que finalmente encontramos nosso amado no jardim, que ele está vivo. Dizer que ele é o “pastor das açucenas” (cf. Ct.6,3), que somos convidados a deixar os “mantos de linho ao chão” (cf. Jo 20, 7b) e ser flor neste jardim... ressuscitando a criação.E como “tornar um amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém” (Nando Reis), temos o desejo de sair correndo e gritar pra todo mundo que finalmente encontramos nosso amado no jardim, que ele está vivo. Dizer que ele é o “pastor das açucenas” (cf. Ct.6,3), que somos convidados a deixar os “mantos de linho ao chão” (cf. Jo 20, 7b) e ser flor neste jardim... ressuscitando a criação.
Luiz Fernando Rodrigues
Cursist
a do CAJO 21, educador,Administrador, dirigente da APP Sindicato Maringá, integrante da equipe de assessoria da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Maringá-PR

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