sexta-feira, 15 de abril de 2011

CEBI-AM: Juventudes e Bíblia se encontram em seminário

O encontro se realizou no dia 9 de abril e reuniu 42 jovens e adolescentes , ligados a comundades cristãs (ICAR), ao movimento de Fé e Política.
A ressurreição da filha da Filha de Jairo (Mc 5,21-24.35-43) e a visita de Maria de Magdala ao túmulo na madrugada da ressurreição (JO 20,1-18) foram os textos motivadores do encontro. As políticas públicas para a juventude foram prioridade nas discussões
De acordo com Janeide Lavor, coordenadora do CEBI-AM, o número de participanets não foi maior porque o encontro se realizou num bairro de periferia de Manaus: "jovens da região central da cidade não se sentem tão motivados a estar na perriferia, mas esta tem que ser a opção do CEBI.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ecologia se aprende em casa

Mesmo negando a necessidade de Deus, a sociedade atual não conseguiu se livrar de suas culpas e do peso do pecado. Catástrofes como a do Rio de Janeiro e a do Japão tornaram inevitável o seguinte questionamento: estaria o Deus (que esta mesma sociedade declarou não existir) zangado? É natural esta indagação, uma vez que já nos primeiros capítulos da Bíblia vemos a queda como consequência da desobediência. Por outro lado, principalmente nos Evangelhos, vemos um Pai que acolhe, perdoa, restaura, “esquece” a ingratidão do filho pródigo num abraço... Poderia este Ser, que passou de punitivo a amoroso, voltar a ser vingativo conosco hoje?

Não que o senso comum esteja sempre certo, mas numa coisa ele tem razão: o que move o mundo não são as respostas, mas as perguntas. Mesmo com tantos avanços científicos em nossos dias, temos inúmeras questões existenciais. De onde viemos, para onde vamos, o que devemos fazer no breve intervalo entre uma coisa e outra? O que dizer, então, do povo há quase 3000 anos? Por que o parto, início de uma nova vida, causa tanta dor? E o trabalho, fonte do nosso sustento, por que exige tantos sacrifícios? Os primeiros capítulos de Gênesis procuram responder a essas e outras dúvidas, não demonstrando como surgiram os dilemas, mas o porquê.

Salvo interpretações mais conservadoras, hoje já sabemos que os contos bíblicos não são necessariamente fatos históricos. Como explicar, por exemplo, que em Gn 6,19 entrou um casal de cada espécie na Arca de Noé, enquanto Gn 7,2 conta sete casais de animais puros? Antes da criação, tudo estava tomado pelas águas (Gn 1,1) ou era deserto (Gn 2,4b)? Essas e outras perguntas geram sérios problemas para leituras “ao-pé-da-letra” (fundamentalistas). Por isso, a preocupação atual não é tanto saber o que aconteceu, mas o que Deus quer nos falar e, por outro lado, de que forma as autoras e autores bíblicos entenderam e retransmitiram esta mensagem.

Este novo modo de olhar nos leva a rever algumas “verdades” bíblicas. A primeira delas é a afirmação de que Deus era punidor, tornou-se Pai amoroso e voltou a ser vingativo nos dias atuais. Como pode um Ser, que já é perfeito, evoluir ou mudar? Talvez seja o nosso olhar que mude. Isso explicaria como o Javé dos Exércitos, guerreiro à frente das batalhas dos israelitas, tornou-se o Paizinho Querido de Jesus. Portanto, crer num Deus vingativo, hoje, seria um retrocesso, um descaso com os ensinamentos de Cristo.

Na época em que foi redigido o relato do Pecado Original (Gn 3,1-19), o povo tinha, de fato, uma visão diferente do Sagrado. Por volta do século VIII a.C., sob o reinado de Salomão, acreditava-se que Javé era autor tanto do bem quanto do mal. A ideia de um ou mais espíritos malignos surgiu tempos depois, no período do pós-Exílio babilônico. Para os israelitas, Deus era bom, mas também justo. Logo, as dores de parto e a fadiga do trabalho, vistas como “mal necessário”, só podiam ser consequência de culpa humana. E como os líderes religiosos não nutriam muita simpatia pelas esposas estrangeiras de Salomão (e não eram loucos de criticar abertamente o rei), por que não criar um mito usando a serpente (símbolo dos deuses estrangeiros), que seduz a mulher (esposas), que seduz o marido (Salomão)? A severidade do castigo é, então, justificada pelo pecado grave da idolatria, isto é, da adoração a outros deuses. Ainda hoje, há quem considere justo isso. Mas não é esta a imagem do divino retratada pelos evangelhos.

Vamos encontrar, em Jo 20,1-18, uma recriação do Éden. Durante a madrugada, Madalena vai ver o Mestre sepultado, mas encontra o túmulo vazio. Pedro e o outro discípulo encontram a mesma cena. Porém, enquanto estes voltam para suas casas, a mulher continua a procura. Olhando, então, para o lado oposto ao do sepulcro (qual o lado oposto ao da morte, senão o da vida?), encontra um jardineiro. Se Eva inicia um processo de afastamento e esquecimento de Deus, Maria Madalena faz o caminho inverso. Primeiro ela vê apenas o Zelador do Jardim, como se estivesse olhando para alguém distante. Depois, como se chegasse mais perto, ela re-conhece o Criador (afinal, quem vê Jesus, vê o Pai). A partir dessa experiência com o divino, ela não sente mais medo (já não é mais de madrugada) e sai a recriar o mundo, isto é, vai correndo anunciar: “Eu vi o Cristo”.

Curioso que os Apóstolos não tenham dado crédito a esta mulher. Os homens passaram anos (alguns fazem isso até hoje) acusando as mulheres de serem perigosas, sedutoras, porta de entrada do pecado. Mas conseguiram bravamente resistir à sedução quando estas portavam a Boa Nova. Foi necessário o próprio Cristo ressuscitado aparecer entre eles para que agissem. Sim, porque a verdadeira experiência de Deus nos leva a agir. O discípulo amado acreditou, ao ver o túmulo vazio, mas limitou-se a seguir Pedro. Criticamos o Apóstolo incrédulo, mas somos todas e todos meio “São Tomé”.

Está na moda falar em Ecologia. Pensar a criação é pensar ecologicamente. O ser humano é convidado a contemplar o rosto de Deus em suas criaturas, tendo a responsabilidade de zelar pela saúde do nosso planeta. Ações simples, como não jogar papel de bala no chão, ajudam a preservar o meio ambiente. Reciclar, reaproveitar e reutilizar são as palavras de ordem. É preciso mudar de uma relação de exploração para uma postura de cuidado mesmo com a Mãe-Terra. Infelizmente, muitas medidas são tomadas somente quando a situação já está crítica. Por isso, na maioria das vezes, só resta remediar. Mas, então, o que fazer para mudar esse quadro? Comecemos olhando para os lados. A forma como tratamos as outras pessoas reflete que tipo de relação temos com o restante da natureza.

“Quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1 Jo 4,20). Ora, é impossível amar o Criador e não amar sua Obra. Amar é conhecer. Há quem pense que a natureza se resume a animais, rios e florestas. Homens e mulheres, porém, são o ápice da criação (Gn 1,27). Se os homens, desde há muito tempo, subjugam as mulheres, o que podemos esperar que façam com o planeta? Se os brancos escravizam índios e negros, não é de se estranhar que coloquem animais em gaiolas. Se os adultos menosprezam a capacidade produtiva e intelectual de jovens e idosos, o que podemos esperar que aprendam com os astros? Se as pessoas guerreiam por causa de sua religião, como esperar que respeitem animais, plantas, rios e até mesmo o ar que respiram? Se os ricos assim se fizeram explorando os pobres, por que não veriam a natureza como uma grande oportunidade de negócio? Quando o planeta, doente, reage, ficamos assustadas e assustados, e dizemos que é a “ira divina”. Mas a verdade é que, se queremos um novo Céu e uma nova Terra, devemos começar por novas relações interpessoais, baseadas não mais na exploração, mas no amor.

 
José Luiz Possato Jr

Juventude Negra – Sujeito de Direitos

Os jovens foram escolhidos como tema central do IV Encontro Afro Cristão 2011, que se realizou em São Bernardo do Campo/SP de 1 a 3 de abril: “Juventude Negra – Sujeito de Direitos”. O Encontro, promovido pelo Ministério de Ações Afirmativas Afro-descendentes da Igreja Metodista, e também contou com apoio da Rede Ecumênica de Juventude (REJU), da EST (Escola Superior de Teologia), CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços), Faculdade de Teologia e prefeitura do município de São Bernardo do Campo.
De acordo com André Guimarães, falante do Rio de Janeiro/RJ que esteve marcando presença “o encontro é fruto da caminhada e do clamor de homens e mulheres de confissão cristã que buscam discutir e resolver os problemas criados pelo racismo em suas igrejas e na sociedade”.
Para cada jovem branco assassinado em 2008, mais de 2 negros morreram nas mesmas circunstâncias, segundo indica o Mapa da Violência 2011 – Os jovens do Brasil, elaborado pelo Instituto Sangari em parceria com o Ministério da Justiça. E uma recente polêmica na imprensa confirma que a violência não é apenas física, mas também moral: o pastor Marco Feliciano, deputado pelo PSC de São Paulo, faz coro com declarações racistas do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e afirma, numa inadmissível ignorância teológica e histórica, que o povo africano é amaldiçoado desde os tempos de Noé.
Ainda para André Guimarães “tal discussão é necessária pois a juventude negra tem sido, ao longo da história, violentamente invisibilizada e assassinada, tanto pelo Estado, como pelas Igrejas”.
O calor do Espírito Santo proporcionou debates riquíssimos durante o encontro, que resultou em uma linda carta intitulada “compromissos negros”. Este documento é destinado a todos e todas que são detentores da sede de justiça e do desejo de temperar esta terra com o sal do Reino de Deus. Segue o documento:

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Compromissos negros


Nós, irmãs e irmãos de distintas confissões religiosas e experiências de luta em defesa da vida e de direitos - reunidas(os) no 4º Encontro Afro-Cristão, realizado entre 1-3 de abril na Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo - fomos provocadas(os) pelas lutas e esperanças do povo negro, a refletir sobre as juventudes negras como sujeitos de direito e assumir os seguintes compromissos de incidência pública:
1. Construir, nas comunidades, possibilidades de diálogos e intervenções a partir dos Direitos Humanos com intuito de fortalecer as ações a serem desenvolvidas em decorrência do ano Internacional da Juventude e o ano Internacional dos afro-descendentes;
2. Oportunizar liturgias a partir das experiências corpóreas, identitárias e culturais das juventudes;
3. Fortalecer a implementação das Leis 10.639/03 e 11.645/08 – a inclusão das temáticas (negra e indígena), nas Escolas Dominicais e de Formação Teológica;
4. Garantir espaços de participação e visibilidade para as juventudes, com equidade de gênero e etnia;
5. Organizar produções teóricas de estudos bíblicos que abordem temáticas a partir das diversidades e superação das intolerâncias;
6. Politização das Comunidades: organização por meio de conferências livres, para enviar o maior número de propostas para a II Conferência Nacional da Juventude (Cada comunidade deverá preparar pequenos fóruns e enviar as proposta aos delegados e delegadas municipais);
7. Fortalecer as campanhas nacionais contra o extermínio das juventudes.

Por fim, ao assumir estes compromissos, nos posicionamos como corpos negros que resistem às desigualdades e injustiças e continuam a afirmar e construir, em esperança, uma casa realmente habitável para todas as pessoas, em diversidade-irmandade.

Axé.


São Bernardo do Campo, 03 de abril de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Escola Bíblica para Jovens Flor de Pequi - Cebi Planalto Central

As Escolas Bíblicas são um processo de formação a partir da metodologia de leitura popular libertadora da com a proposta de construir e reconstruir um novo jeito de fazer leitura da Bíblia. A EBJ quer animar as comunidades a partir dos textos sagradas a fazer uma leitura comprometida com sua realidade. É um projeto ecumênico que quer congregar todos e todas que gostariam de estudar a bíblia e rezar a vida numa ótica da juventude. A Escola Bíblica Flor de Pequi nasceu em fevereiro de 2003 com a intenção de atender a região do entorno, por isso, desde então ela tem acontecido na Chácara do CIMI na região do Jardim Ingá – Luziânia (GO).

OBJETIVOS:
- Formar jovens assessores/ as no conhecimento bíblico, para que possam traduzir na vida pessoal e comunitária a experiência dos valores cristãos e o olhar amoroso para com os pobres oprimidos e marginalizados e exercitar uma leitura bíblica na ótica dos jovens com a metodologia da Educação popular crítica.
- Ser um espaço ecumênico de formação da juventude e partilha de experiências e estimular uma vivência forte de celebração da vida;

CRITÉRIO DE PARTICIPAÇÃO
1.      Identificar-se com os valores do respeito mútuo, solidariedade, aceitação da diversidade, cultura da paz, cidadania e meio ambiente.
2.      Ter disponibilidade e comprometer-se em participar de todos os módulos do curso bem como permanecer no local durante a realização do mesmo. Duas faltas serão entendidas como desistência.
3.      Ter de 17 a 35 anos, sendo dialogadas e analisadas as  outras pessoas que queiram fazer o curso fora dessa faixa de idade.

ASSESSORAS/ES
Membros do CEBI, militantes de movimentos sociais, religiosos, religiosas, leigos e leigas, Teológos(as) que se disponibilizam a este trabalho.

TAXA: A taxa de participação e investimento de seu estudo bíblico será de R$ 50,00 por etapa.

DATAS E CONTEÚDOS:
04 e 05 de junho/2011 -  1ºetapa, INTRODUÇÃO AO SEGUNDO TESTAMENTO E LEITURA POPULAR DA BÍBLIA.
06 e 07 de agosto 2011 – 2º etapa JESUS HISTÓRICO.
08 e 09 de outubro 2011 – 3ª etapa, PAULO E CARTAS PAULINHAS.
03 e 04 de dezembro 2011 – 4ª etapa, SINÓTICOS.
Fevereiro/2012 - 5ª  etapa, O EVANGELHO DE  JOÃO E APÓCRIFOS.
abril/ 2012 – 6ª etapa, APOCALIPSE.

INSCRIÇÕES E CONTATOS DA COORDENAÇÃO DA EBJFP:
Fran: 9214 4466/3603-2330 francisca_tertuliano@yahoo.com.br)
Elizete: 91224208 (detinha_freitas@yahoo.com.br)
Jacqueline: 9262 1481 (jaternura@gmail.com)